Craniofaringioma - um desafio terapêutico
Apesar de ser considerado um tumor benigno, o craniofaringioma cresce em uma região bastante nobre, junto às vias ópticas, à glândula hipófise e ao hipotálamo. Tanto os sintomas que levam ao diagnóstico, quanto complicações do tratamento estão frequentemente relacionados a essas estruturas. A compressão das vias ópticas pode levar a alterações visuais. Mas o comprometimento da hipófise e do hipotálamo pode causar sintomas ainda mais graves. A hipófise é a central hormonal do corpo e controla várias outras glândulas. Entre os distúrbios hormonais decorrentes de sua disfunção estão a diabetes insipidus, o nanismo hipofisário e o cushing. O hipotálamo controla várias funções básicas, é o botão on/off do corpo, responsável pelo ciclo de sono/vigília. Seu comprometimento pode causar distúrbios graves de atenção, sonolência excessiva, obesidade hipotalâmica grave, entre outros problemas.Por esses motivos, o objetivo principal do tratamento do craniofaringioma é, além da ressecção do tumor, a manutenção da função e qualidade de vida do paciente. Sendo assim, a decisão da via de abordagem é sempre individualizada, para cada paciente. A expertise dos profissionais da Clínica Maddalozzo e a experiência com técnicas modernas minimamente invasivas possibilita a escolha diferenciada do acesso para cada caso. Para exemplificar, detalhamos o caso abaixo. O paciente apresentava perda visual e distúrbios de atenção/vigília. Os hormônios hipofisários estavam normais. Um dos acessos que poderia ser escolhido, era a abordagem transnasal endoscópica. Por este acesso, passamos pela sela túrcica, onde está a hipófise, para chegar ao tumor. É uma técnica minimamente invasiva excelente e frequentemente escolhida para tumores dessa região. Porém, a função hipofisária, que estava preservada, seria afetada por essa via de acesso. Analisando exames detalhados de ressonância, optamos pelo acesso supraorbital, com uma mini abertura na sobrancelha. Rotineira em nosso grupo, é uma abordagem que chama a atenção de diversos neurocirurgiões, por ser uma técnica de vanguarda, minimamente invasiva, que oferece um acesso direto às vias ópticas e à região do tumor, com mínima exposição e manipulação cerebral. O resultado operatório foi excelente, com ótima exposição do tumor e das estruturas a serem preservadas, o que refletiu na evolução pós operatória. Houve melhora do déficit visual e do distúrbio de vigília pré-operatório, além de não apresentar sequelas, mantendo as funções hipofisária e hipotalâmica.
"Tailored approaches" - Acessos individualizados minimamente invasivos escolhidos após análise criteriosa do seu caso e de suas características.